domingo, 11 de janeiro de 2015

Virtualização das Relações Sociais - Autenticidade e Transparência na Rede



"Para os seres atentos o mundo é um só"
                                                  Heráclito

(Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkZRH-4bZCSJuThfzcPYaS5lhjjBqg0o0Doh0VFNmpLFv5GcvT5EiB3Ry5TdI1XyizEMd5lplMqsVjxvNxe3qfXi3207gFBQz8mOyimeZU0f1HOtiflH4dXm_qJ1Kpynpovomq4Le3s-u/s1600/1.jpg)


Estaremos nós atentos ? teremos esse cuidado quando navegamos pela rede ?


(Fonte: http://youtu.be/BWH2XI6JYIY)


Estas e muitas outras questões que se nos colocam e que no meu entender dificilmente terão uma resposta concreta e precisa tal é a sua dubiedade. Não creio possível na contemporaneidade que esse mundo na web seja assim tão isolado como a frase que coloquei no inicio deste trabalho refere para os seres atentos, porque o mundo na rede será sempre subdividido de acordo com os interesses e objetivos de cada um e de todos nós enquanto utilizadores

"Numa rede, muitos fios isolados ligam-se uns aos outros. No entanto, nem a totalidade da rede nem a forma assumida por cada por cada um dos seus fios podem ser compreendidas em termos de um único fio, ou mesmo de todos eles,isoladamente considerados; a rede só é compreensível em termos da maneira como eles se ligam, de sua relação recíproca (Elias, 1994: 35).

                                               (Fonte: http://youtu.be/Zmb6-gmYp0o)

As forças motrizes da globalização, alicerçadas em hiperglobalizadores como o capitalismo, mas e também a tecnologia, releva-nos para o que costumamos denominar como de grandes mudanças e por inerência as Novas Tecnologias que revolucionaram o nosso quotidiano, entrando-nos casa dentro sem pedir qualquer licença, através de meios pouco pessoais,como é a internet que nos proporciona coisas muito positivas como por exemplo a aprendizagem mas que do outro lado tem a parte menos positiva e no fundo aquela que nos trás aqui a esta reflexão sobre o que é ou não autêntico e transparente num mundo que tem mutações que por vezes nos parecem ultrapassar a velocidade do próprio som tal é a sua ordem de grandeza.

                                                  (Fonte: http://youtu.be/GSI7tf-Z9S0)

"As mensagens dos media são vulgarmente discutidas por indivíduos no ato da recepção e posteriormente... Essas mensagens são transformadas através de um processo subsequente de contar e recontar, de interpretar e reinterpretar, pelo contrário, pela anedota e pela crítica... Ao apoderarmo-nos dessas mensagens e ao incorporá-las de uma forma rotineira nas nossas vidas, estamos constantemente a moldar e a dar novos contornos às nossas capacidades e aos nossos conhecimentos, a testar os nossos sentimentos e preferências e a expandir os horizontes da nossa experiência." (Thompson, 1995, pp. 42-43).

Tomando as características mais importantes que se relacionam com as comunidades virtuais criadas pelos jovens que nasceram na chamada "geração internet" e partindo para um mundo que a mim, menos jovem, piscar, também me fascinou e falo neste caso do Second Life, onde se constroem alteridades de representação através de Avatares, que segundo a sua designação se refere a Deus e que no ambiente representa cada um dos utilizadores. É neste tipo de situações e ambientes virtuais, que temos de ter a percepção e o discernimento suficientes do que e para o que vamos quando aceitamos entrar num mundo que do seu virtual pode tomar forma de bem real, dependendo da capacidade e objetivos de cada um desses Avatares / Utilizadores. Temos de ter a noção de que a identidade que cada um individualmente assume pode ser metamorfoseada e é aí que teremos de colocar em prática toda a nossa perspicácia em distinguir o que é ou não autêntico e transparente, sob pena de entrarmos para algo que nos pode ser extremamente prejudicial.

                                                (Fonte: http://youtu.be/DBw3wepcu90)

Os papéis sociais entre os cibernautas podem ser muito diversificados e é mesmo habitual verificar-se que enquanto se navega pela web, muitos dos utilizadores têm mais que uma janela, por exemplo no chat do facebook e em cada uma delas estão a passar uma personalidade diferente de acordo com o seu próprio interesse e objetivos a alcançar em cada uma daquelas conversações.

                                                (Fonte: http://youtu.be/zY-mRoE3NmQ)

Segundo M. Castells (2004), existem situações que ocorrem nas mais variadas comunidades virtuais, que usam o poder que as redes têm para se criarem movimentos de diversa índole que podem ir desde fatores políticos a outros como por exemplo, sabemos na atualidade o que acontece com os que são criados por alguns fundamentalistas que usam a potencialidade das redes a nível planetário para atingirem fins com as consequências conhecidas de todos nós.

Em jeito de conclusão no imenso interrogatório que nos foi colocado na plataforma da Unidade Curricular de Educação e Sociedade em Rede pelo Professor António Teixeira, para elaboração desta reflexão sobre a autenticidade e transparência na rede que a todos diz respeito e que todos temos o dever de tentar com os meios que estão ao nosso alcance evitar que tenham consequências irreversíveis nas vidas dos cibernautas. Pareceu-me assim importante mencionar aqui uma conhecida banda desenhada que fala sobre a internet e onde se representa um cão com um computador à sua frente e onde a legenda refere: "o que é ótimo na internet é que ninguém pode saber que és um cão." (Giddens, p. 475).



Pela especificidade do assunto retratado optei por colocar neste trabalho diversos vídeos e imagens para que se entenda de uma forma visual e até divertida os cuidados a ter para que se possa de algum modo chegar próximo da autenticidade e transparência na rede, embora me pareça que essa aproximação se torna mais real se eu conseguir ser autêntico na minha identidade e só assim poderei ser transparente... 

Espero que seja do vosso agrado.

Bibliografia:

Castells, M. (2004). A galáxia internet. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Elias, N, (1994). A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: jorge Zahar.

Giddens, Anthony (2009), Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Thomson, John B. (1995): The Media and Modernity: A Social Theory of the Media (Cambridge: Polliry).





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