Para resposta ao desafio que me é
proposto na plataforma desta Unidade Curricular, pelo Docente António Teixeira,
para fazer uma análise do texto referenciado no início dessa proposta de atividade
de Piérre Lévy, a “Cibercultura, apresentando para esse efeito um comentário
sobre a Noção de Cibercultura, tal como Lévy a defende farei de seguida o
trabalho solicitado.
De acordo com este filósofo
Francês, Piérre Lévy, da Era da Comunicação e Cultura digital dos nossos dias e
seguindo a forma como o livro está particionado começo por dizer que o autor
tem uma direção de pesquisa que retina para o ciberespaço.
Na nota de introdução do livro
temos que o mesmo nos fala e faz mesmo uma comparação de um dilúvio desse
ciberespaço fazendo referência à ocorrência bíblica vivida com a arca de Noé, “É
preciso imaginar um Noé modesto” (Lévy, 2000. P. 16) mas ao invés daquela que
conseguiu o seu atraque, esse dilúvio jamais será estancado e avançará cada vez
mais e à velocidade do som sem que a humanidade consiga fazer alguma coisa para
o impedir, antes pelo contrário “Sempre
que Noé, isto é cada um de nós, (…) navegando no oceano tumultuoso da
comunicação digital. (…) Estas arcas navegarão à deriva à superfície da água indefinidamente”
(Lévy, 2000, p. 15).
Estando este livro dividido em
três partes que se seguem à Introdução vem de seguida uma primeira que tem como
tema as definições, seguindo-se as proposições e a terceira que tem o título de
problemas terminando com uma conclusão desse conteúdo.
Temos o espaço virtual a invadir
o real e este vem permitir que possamos comunicar de uma forma de muitos para
muitos, dando assim a possibilidade de se interagir com outras pessoas estando
elas nos mais variados locais do globo apenas com um clique e uma ligação à
internet e lá estamos nós aqui mesmo ao lado. Precisamos apenas de uma “máquina”
que nos permita esse acesso à web, essa forma de nos ligar ao Mundo e que
segundo Lévy, não foi essa internet que revolucionou esta nossa maneira de nos
socializarmos mas é ela própria essa revolução, transmitindo-nos assim de uma
maneira bem vincada tudo o que é o pensar deste autor relativamente ao
surgimento e velocidade alucinante com que essa internet nos faz chegar e
entrar casa dentro informação em mega quantidade e muitas vezes de baixa
qualidade.
É importante neste trabalho dar a
definição de cibercultura segundo Lévy e para isso não podemos descurar o
ciberespaço que no fundo é o meio desse nascimento onde está inserida e onde se
dão todas as transformações. A cibercultura pode ser qualquer cultura que tenha
o seu crescimento dentro do ciberespaço, ou seja, toda a que se encontra em
espaço virtual. Nesse ciberespaço onde a forma de comunicação interativa
aparece como ferramenta da inteligência coletiva (Lévy, 2000. p. 29).
O conceito de cibercultura é
focado por muitos autores e apesar de termos quatro formas para chegar a esse
conceito, as quais as podemos designar como sendo, epistemológicas,
informativa, antropológica e utópica, o autor Francês releva-nos para a
utópica, falando nos novos meios de comunicação e a maneira como os mesmos
invadiram os hábitos tradicionais da sociedade, forçando essa mesma sociedade a
subdividir-se em comunidades mais pequenas a que designamos de subculturas
espalhadas no espaço e no tempo.
Face ao atrás exposto podemos
elencar três aspetos essenciais do crescimento desse ciberespaço como são a
Interligação, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva
(Lévy, 2000. P. 132). A primeira impulsiona-nos para a questão dos computadores
e ao estarmos ligados à rede. Já a segunda é o prolongamento da primeira pois
as duas conjugam-se e não haveria comunidade virtual sem interligação. No que
concerne ao terceiro, a inteligência coletiva para o filósofo Francês, “constitui
mais um campo de problemas do que uma solução” (Lévy, 2000. p. 137).
No que respeita aos três exemplos
de cibercultura pedidos para este trabalho escolho os que abaixo se descrevem
de forma breve:
CORREIO ELETRÓNICO
O Correio eletrónico, vulgo,
e-mails que vieram alterar muita coisa referente á temática de correspondência
entre as pessoas e a forma como elas se correspondem. Com o aparecimento do
correio eletrónico verificámos uma grande diminuição do correio tradicional,
nomeadamente, na época que agora se aproxima, pois todos nós nos lembramos
daqueles postalinhos de Natal que recebíamos nas nossas caixas de correio e que
abria-mos com a alegria e satisfação semelhantes às de uma criança quando rasga
os embrulhos dos seus presentes de Natal, correndo para responder ao remetente
agradecendo com um outro postal pela mesma via. Será que ainda o fazemos ?
talvez alguns ainda pratiquem este hábito antigo mas a evidência é a da brusca
queda dessa tradição. Hoje o usual entre nós é enviar um mail com todos os
contatos e a baixo custo conseguimos fazer chegar aos nossos amigos e familiares
aquele e-mail com animação bem “engraçadinha” desejando um Feliz Natal e Um
Próspero ano de 2015 que aproveito para o colocar aqui a todos os que lerem
este meu trabalho.
REDES SOCIAIS
As redes sociais que a cada dia que
termina as sentimos mais imprescindíveis nas nossas vidas, vieram permitir-nos
estarmos ligados em tempo real a qualquer canto do planeta. No meu caso pessoal
desde que tenho família a trabalhar longe tornou-se obrigatório passar por lá
nem que seja para aquele abraço que sabemos o significado que tem nestas
circunstâncias de distância física entre as pessoas. Estas redes permitem assim
que essa ausência física seja de alguma forma minimizada através da interação
nas redes sociais e assim sabermos que os “nossos” apesar de não estarem
connosco presencialmente estão bem, dando-nos também a possibilidade de termos imagem
e som em empo real para com eles comunicarmos.
SECOND LIFE
Era imperiosa esta escolha recair
no Second Life, por se ter tratado de “amor ao primeiro olhar”. Confesso que fiquei
“apaixonado” por esta portentosa ferramenta, ou seja, o “Namorado” apaixonou-se
pelo Second Life, porque é de facto um mundo virtual 3D onde cada uma daquelas
pessoas com um user definido e composto por um avatar, são tão reais como nós que
estamos do lado de cá da máquina.
Quando ouvia falar do Second
Life, julgava tratar-se apenas de um jogo como tantos outros que abundam na
internet, mas assim que o conheci um pouco melhor, foi mesmo uma grande e
agradável surpresa. Todos os lugares existentes nesta “nossa” Segunda Vida são construídos
pelas pessoas que o frequentam e têm de possuir o dinheiro virtual, designados
de “Land Dólares” que no fundo se convertem em dinheiro real, que temos de
despender caso queiramos criar o nosso próprio espaço ou nossa ilha, no Second
Life funciona-se como se de um arquipélago se tratasse onde cada lugar é
designado de ilha. Lugares esses que podem ser apenas uma ilha para nos
divertirmos como pode ser um espaço para trabalhar, permitindo a realização de
um sem número de eventos como uma conferência ou mesmo uma aula, num auditório
que tem características de um espaço bem real e quando estamos inseridos no seu
ambiente já não vemos avatares mas sim colegas nossos e professores, o mesmo
equivale a dizer que o que temos ali na nossa presença são afinal pessoas de
matéria constituinte igual à nossa.
Conclusão,
Foi um enorme prazer realizar esta atividade sobre a cibercultura, lendo uma obra que nos taz grande visibilidade de tanta inovação e da importância dessa mesma inovação para o presente e futuro do ser humano.
É o mundo em grande viragem e permanente mudança, sob a realidade desta nova forma de estarmos em sociedade. Em rede essa nova forma de socializar temos a possibilidade de aceder ao conhecimento de que necessitamos para nos valorizarmos.
Foi imensa a aprendizagem que tirei desta obra do autor e filosófo Francês sobre cibercultura e parece-me importante que daqui consigamos retirar o que de melhor nos é transmitido para assim utilizarmos a cibercultura nas nossas vidas não como forma de a prejudicar mas de a elevar a um nível que a internet nos proporciona distinguindo a má da boa informação que prolifera na rede, crendo que essa nossa capacidade seja no intuito de selecionar esta última e nesse prisma conseguirmos tirar o melhor partido em prol de nós próprios e de quem nos rodeia.
Senti no desenrolar desta atividade que muito foi apreendido desta leitura mas que fica ainda muito por apreender, pois a mutação é tal que quando colocar este meu trabalho no meu blog o que aquie menciono agora como sendo uma realidade e verdade inquestionável, pode estar já modificado por alguém neste infinito espaço cibernético.
Referências:
Lévy, P. (2000) Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget